segunda-feira, 21 de setembro de 2009

“Basta ter certeza para estarmos errados”

(Este texto nasceu de um comentário que comecei a escrever a respeito do primeito texto publicado por um amigo pelo site http://www.desnewtoniando.blogspot.com/)

Hidas,  Gostei muito da sua estréia!!!! Parabéns!!! É uma excelente proposta e espero que eu consiga colaborar com propósito do seu blog!!!

Engraçado que alguns assuntos são “paradigmáticos” por natureza. A exemplo a própria conceituação de Newton. Existiam a mais de 5000 anos antes de cristo!!!! Isso mesmo!!! E eram tidas como ciência oculta!!! De conhecimento de poucos que sabiam ler o alfabeto DEVANAGARI (com o qual se escreve em sânscrito).

DEVA = Deus/divindade

NAGARI = escrita.

As pessoas com capacidade de ler estes ensinamentos e obter este conhecimento influenciavam mais o meio onde viviam do que aqueles que não as conheciam.

TAMAS, RAJAS e SATTWA respectivamente significam em sânscrito INÉRCIA, MOVIMENTO e ESTABILIDADE.

Mas não eram entendidos em si apenas. Existiam leis “explicativas” da própria dinâmica destas forças. Como por exemplo a lei do KARMA (Ação e reação), a lei da egrégora (ou “força holística” que diz que o valor/capacidade/força/conhecimento da soma das partes é menor que a valor/capacidade/força/conhecimento do todo).

Ou seja, em algum momento na história estes conceitos eram válidos e importantes. O mesmo podemos do próprio conceito de DEUS. DEUS inicialmente na cultura dos povos pagãos era visto e entendido como qualquer coisa, evento ou corpo da natureza. Deus era então o sol, a lua, as estrelas, o trovão, a chuva, o mar, a montanha, as nuvens, etc. em algum momento alguém estudou o movimento dos astros e, baseado neste conhecimento, previu os solstícios e equinócios, e com isto fez as vezes de “representante de Deus”. Eram Deuses na Terra os que detinham este tipo de conhecimento (o 1º nível de deturpação).

Não demorou muito até que alguém dissesse que Deus era uma entidade intensa, justa, onipotente, onisciente e onipresente. O pecado original fez com que o ser humano “nascesse devendo” a Deus. É claro, seu representante cobrava esta dívida.

Até que chegou um cara que disse que Deus não era nada daquilo. Disse que Deus era amor e bem aventurança. Acabou crucificado mas seu conceito de Deus permaneceu. Demorou para ser largamente aceito este conceito mas atualmente ele é aceito (apesar de não seguido na prática).

Hoje o conceito de Deus é variado. Para algumas religiões ainda prevalece a visão do Deus cobrador e Juiz do bem e do mal, para outras ele é amor, ou ainda consciência, luz, energia, força, e até mesmo o próprio universo absoluto.

Minha pergunta é: porque reduzimos nosso entendimento de deus a algo baseado em uma sensação de esperança e fé? Por que nossa mente não está apta a entender um novo conceito! Não que seja o novo conceito VERDADEIRO mas ele é um pouco mais refinado a cada geração que aplica a cognição para fazê-lo evoluir.

Não estamos prontos a aceitar a morte como um fim da nossa vida como a entendemos. Precisamos acreditar que somos eternos. O paradoxo é: “não faz sentido eu ser finito!! Minha consciência (esta que voz fala) permanecerá!” Será? Não sei! Mas também não acredito que alguém saiba. Resta mesmo é acreditar e esperar!

Fato é que nossos conceitos (justamente nesta era de conhecimento e produção exponencial) se tornam cada vez mais estáticos, fixos e imutáveis pois há muito conhecimento e praticas que se baseiam neles…e daria um trabalhão pensar em algo novo…mais completo…mais próximo da realidade atual….mais adequado ao futuro que pretendemos…

Podíamos pensar que a vida é sim finita, e por isso mesmo precisamos nos esforçar para fazermos o melhor, para sermos elos fortes nesta corrente humana em busca do conhecimento e da felicidade. Um nó forte na teia de vida.

Tenho minhas sugestões para transformar nossa realidade baseando-se em conceitos mais sustentáveis. Não garanto que o meu ponto de vista é o mais adequado, não tenho certeza de como uma empresa deve funcionar para crescer mas tenho propostas alternativa (até porque não acredito em fórmula mágica mas sim em adequação cognitiva). Quero tentar um mundo mais justo e integro. Não tenho certeza que conseguirei, mas afinal, basta ter certeza para estarmos errados.

 

Kleiton Kühn
kleitonkuhn@hotmail.com

http://kleitonkuhn.blogspot.com/
http://nrgconsultoria.com/


Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade e compromisso com o meio ambiente.

Um comentário:

Hideki Kawauchi disse...

Fala Kleiton!
Só passando para deixar meu agradecimento tardio (tardio no sentido da divulgação no Blog, é claro).
Agradecimento em primeiro lugar pelo incentivo e ajuda na divulgação do Blog.
Outra coisa que preciso agradecer é a oportunidade de aprendizado. Certa vez você me falou que a escrita de um Blog é muito proveitosa, uma porque muita gente passa a questioná-lo e também contribuir com suas próprias opiniões, e outra porque você mesmo precisa trabalhar melhor em suas idéias para poder publicá-las com um mínimo de credibilidade.
E os dois pontos de vista estavam certíssimos, pude comprovar na pele.
Sendo assim, mais uma vez obrigado, e espero que nossos Blogs possam gerar ainda muitos questionamentos para enriquecer "esta rede emaranhada de bits informativos que chamamos de internet" (tentando imitar as definições peculiares do Marcelo Tas, rs).
Um efusivo abraço,
Hideki.