sábado, 3 de outubro de 2009

∴Uns sentam e choram, outros levantam e fazem∴

A alguns dias escutei uma frase na aula de gestão de prazos que tive durante meu curso de pós em gestão de projetos na FIA: “você planeja seu projeto baseando-se nos recursos que você tem”.

Hoje o mundo está estrururado sobre o plano de Descartes (o plano cartesiano), um modelo limitado e restrito de entendimento. Não sou contra ele. Só acho que não precisamos parar por aqui. Tem muita coisa que pode ser aprendida ainda e muitos novos aspectos da complexidade da vida e das relações a serem descobertos e estudados.

A questão é: precisamos partir de algum ponto! Nossos projetos, empresas e mesmo nossa vida deve se estruturar sobre os recursos que temos e não sobre os que não temos. Será?

Como bom consultor respondo novamente: depende! Nossos pensamentos, criatividade e idéias são também entendidos como recursos ou não?

Se contamos com eles para criar o nosso propósito como um objetivo e o caminho até ele, não podemos “descartá-los”. Não podemos continuar a olhar pelas lentes do nosso amigo René.

As coisas não andam muito bem…esta certo, podemos até manter nossos trabalhos durante algum tempo, pagar nossas contas e até mesmo guardar algum dinheiro…mas o mundo não parece estar indo por um caminho sustentável. Ao mesmo tempo, acredito que nunca as pessoas se preocuparam tanto com a sustentabilidade dos sistemas humanos (de produção, comercialização, de governo, de gestão, de educação). Nunca na história chegamos a ter tanta informação a disposição. Sabemos que algo está errado, querermos mudar mas não sabemos por onde começar. Por enquanto a maioria parece estar anestesiada pela inércia do dia a dia. Alguns se rebelam internamente mas nada fazem. Poucos estudam ou propõem alternativas.

Para mudar a direção de um carro em movimento você não gira a roda ao contrário, mas sim gira o volante. O que nos falta para assumirmos o controle e a direção?

As certezas dos números só nos trouxeram dúvidas. Parece que quanto mais detalhamos um cronograma, mas ele se torna incerto. Talvez precisemos um pouco mais do subjetivismo da natureza ao invés do concreto do asfalto, dos intervalos ao invés das datas, das probabilidades ao invés da exatidão errática.

Mas sentar e chorar não resolve o problema. Precisamos pensar, simular e aprender, com a imaginação, com a intuição e com a experiência também. Não apenas refutar tudo que foi criado até hoje mas ampliar, evoluir, fazer diferente. Planejar com o que temos…com a vontade de fazer um mundo melhor.

 

Kleiton Kühn
kleitonkuhn@hotmail.com

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http://twitter.com/kleitonkuhn


Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade e compromisso com o meio ambiente.

3 comentários:

Hideki Kawauchi disse...

Uma coisa que percebi no Post (não de forma direta, mas ainda sim mto perceptível) é a idéia de equilíbrio. Não deixar as coisas como estão, mas também não radicalizar e sair "chutando" tudo; não deixar a inércia ditar nossos rumos, mas, usando um exemplo automotivo como no Post, também não resolver engatar a ré com o veículo a 200km/h.
Quanto ao cronograma, concordo e não concordo (rs).
Explico! Concordo que o detalhismo e o "determinismo" newtonianos parecem causar mais confusão do que orientação. Mas, não acredito muito que isso se deva à quantidade de detalhes ou que os detalhes o tornem incerto. O que acredito é que um cronograma sadio encara os processos de forma orgânica, ou seja, o que importa não é a data precisa (não que isso não seja importante, mas discutir isso agora extenderia demais o comentário), mas sim a manutenção de uma cadência natural. Se tomarmos como exemplo o corpo humano, o mais importante não é quantos segundos dura cada inspiração/expiração e de qto em qto tempo bate o coração (desde que a discrepância não seja exagerada), mas sim que primeiro ocorra a oxigenação do sangue para que depois ele seja bombeado.
Com certeza esta afirmação receberá questionamentos do tipo "então experimente ficar 5 minutos sem respirar". É claro que isso não seria bom (e talvez seja sua última experiência nesse mundo), mas o que quero dizer é que não adianta ser obstinado com prazos mas, por qualquer conveniência que seja, primeiro bombear o sangue "pobre" para depois oxigenar o sangue parado.
Ao meu ver, este é o nosso problema de hoje, não vemos nossos processos como um sistema vivo, um sistema em que a energia vital depende de um conjunto entrelaçado e inserparável de eventos.
Ao meu ver, o detalhismo é importante, o "controle" é importante, até mesmo as datas são importantes, o que não pode haver é um "engessamento" do processo.
Mas quanto à sugestão, vamos agir sim! Vamos mudar sim! E a minha sugestão é usar a metodologia tradicional "newtoniana" enquanto ela nos ajuda a flexibilizar os sistemas, e minimizá-la no momento em que ela começa a "engessar" o fluxo.
É mais ou menos o que eu penso.
Abraços!

Fábio Hideki Kawauchi disse...

Queremos Post! Queremos Post! Queremos Post!

Alberto Henrique Külh disse...

Olá, Kleiton!
Seu blog está muito interessante, coloquei nos meus favoritos.
Abraço!