dia 17 de fevereiro de 2009 tive uma experiência que mexeu minha cabeça.
Convidado por um grande amigo e ex-colega de trabalho fui fazer
uma aula experimental de TEATRO!! A noite foi muito divertida. Valeu mesmo! As pessoas bacanas com um super alto-astral e sentimento de camaradagem como há algum tempo não via. Você poderia ver uma imensa diversidade de perfis.
As diferenças eram gritantes e ao mesmo tempo complementares.
realizamos exercícios em grupo de movimentação espacial (para que cada um no grupo se deslocasse e encontrasse os espaços a serem preenchidos pelo grupo, além de improvisos propostos pelo diretor Deto Montenegro (irmão do cantor e compositor Osvaldo Montenegro). Primeiro o diretor andarmos pelo palco e ocuparmos os espaços. Mandava o grupo se posicionar formando um “T” dentro de um curtíssimo período de tempo (em 8 segundos) e todos os membros do grupo sem falar uma só palavra ou combinar algo se ajeitavam em formato de “T”. O diretor mandava andarmos em duplas em 4 segundos e lá estavam todos andando em duplas. Mandava mudar de dupla, andar em trios e vários outros movimentos e o grupo seguia suas coordenadas.
Não nos falávamos mas nos comunicávamos muito bem!
Os exercícios de aquecimento geravam comprometimento e engajamento de cada pessoa que ali estava. Cada um estava lá por alguma razão ou propósito distinto, mas todos juntos realizavam o “trabalho” que deveria ser feito da melhor forma possível.
depois destes exercícios de aquecimento, fizemos um interessante chamado “fotografia” no qual o foco não era o movimento mas sim a imobilidade. Ele propunha um Black out na iluminação e com uma trilha sonora inspiradora cada membro do grupo realizava uma posição (como se estivesse numa foto). Aos poucos um foco de luz iluminava em fade in o ambiente e expunha as expressões de cada um dos artistas amadores.
Não tenho como descrever como este exercício é interessante de ser visto e realizado.
Dependendo da música as respostas são diversas. É muito interessante ver o que cada um tenta transmitir (o que a música gerou em cada um).
entre um exercício e outro, o diretor soltava algumas pedras filosóficas ao grupo. Questões como criatividade, originalidade, espontaneidade nas “respostas” intuitivas (que deviam ser rápida em não pensada) eram analisados.
A ATITUDE DE DECIDIR ERA RESSALTADA.
“Errar é natural, todo mundo erra! Mas se você errar, erre com estilo! O público não estava no ensaio! O público não sabe se que você errou a não ser pela sua cara de boboca, pela falta de reação! Se errar finja que não é um erro e que aquela situação foi proposital! Assuma o controle da situação e tenha atitude original. Só assim o erro pode se transformar em aplauso!”
Diversas pérolas e insights me foram entregues naquela noite, pois eu estava disposto a aprender e com todos os meus canais perceptivos abertos para captar os ensinamentos das situações novas (que muitas vezes já havia vivido antes).
na verdade foi este o principal insight da noite e que me gerou uma certa confusão:
“eu costumo encenar muito mais do que eu imagino”.
Durante os exercícios estávamos conscientes que estávamos representando. Sabíamos que tudo era um faz de conta impermanente e que as regras mudariam de uma hora para outra sem prévio aviso. Estamos sabendo que precisaríamos representar qualquer coisa, pessoa ou situação (muitas vezes de improviso). E neste caso não haveria erro, mas sim uma atitude de resposta. Estaríamos preparados para o inesperado.
Nada diferente do mundo dos negócios.
no nosso trabalho do dia-a-dia muitas vezes é da mesma forma, os mercados mudam suas tendências, os clientes descobrem novas tecnologias e geram novas demandas, as equipes enfrentam novos obstáculos que até então não esperavam.
Precisamos neste caso estarmos conscientes para o principio da IMPREVISIBILIDADE.
Estruturamos nossas ações sobre previsões, mas não podemos esquecer que previsões não são exatas e podem não se concretizar.
Outra questão que me veio à consciência é que também no trabalho do dia-a-dia representamos muitas vezes e encenamos diversas situações. Fingimos ser mais sérios quando queremos impor respeito, mais amistosos quando queremos cativar clientes, mais amigáveis quando precisamos de auxílio. Estamos muitas vezes representando, só que com uma básica diferença:
Nem sempre temos esta consciência!
fazemos coisas muitas vezes por reflexos condicionados que não representam nossa verdadeira identidade. No dia seguinte à experiência teatral por algumas vezes me deparei refletindo no quanto eu estava encenando durante o meu trabalho. Constatei que era eu não sou eu mesmo no trabalho. Se algum amigo meu ou parente me visse trabalhando acho que ia se espantar ou estranhar com a pessoa que eles veriam.
A experiência valeu para (no mínimo) levantar algumas necessidades minhas: tenho que aprender a ser mais verdadeiro e coerente no trabalho. Não somente ficar consciente da encenação, mas deixar de encenar. Quero me sentir íntegro e sincero.
Mais uma vez valeu pela oportunidade!!!
E já aproveitando para comunicar ao meu grande amigo que mora lá no alto da montanha:
iNVENTANDO NOVAS “CILADAS” DESTE TIPO, PODEM ME CONVIDAR!!!
Kleiton Kühn
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