quinta-feira, 4 de março de 2010

∴Você sabe o que é "Corrente Crítica"?∴

O conceito de "corrente crítica" foi inicialmente utilizado por um escritos chamdo Eliyahu Goldratt (autor de "a meta - pela vantagem competitiva" e a sua continuação "a corrida - pela vantagem competitiva").

O conceito é um merge de outros dois conceitos: caminho crítico e teoria das restrições.

Corrente Crítica x Caminho Crítico
(considerações básicas)

Caminho crítico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
"Caminho Crítico é um termo criado para designar um conjunto de tarefas vinculadas a uma ou mais tarefas que não têm margem de atraso.

Matematicamente, sabemos que uma tarefa é crítica quando o tempo mais cedo da tarefa é igual ao tempo mais tarde que a tarefa pode ter sem alterar a data final do projeto. O valor do tempo mais cedo (Time Earlier) e do tempo mais tarde (Time Later) pode ser calculado através do diagrama de Rede AON (Activity on nodes).

O caminho crítico é a seqüência de atividades que devem ser concluídas nas datas programadas para que o projeto possa ser concluído dentro do prazo final."

No exemplo abaixo, não temos como identificar o caminho crítico até que tenhamos uma perspectiva das durações de cada atividade.

Se as atividades (1 - início) e (6 - fim) forem apenas marcos de projeto (duração zero), então o caminho crítico será determnado pela duração de A+B ou de C+D

Vamos supor as seguintes durações:

  • (A) = 10 dias
  • (B) = 10 dias
  • (C) = 4 dias
  • (D) = 10 dias

Então, A+B = 20 dias e C+D =14 dias.
Neste caso, o caminho crítico é determinado por A+B

Quando colocamos nosso diagrama de redes dentro de um contexto de datas (calendário), a rede de atividades e suas durações passam então a refletir um cronograma de projeto, melhor visto sob a ótica do Gráfico de Gantt

Podemos então ver com facilidade o caminho crítico do projeto (em VERMELHO), determinado pelo conjunto de atividades cuja duração determina o tempo mínimo de execução do projeto.

Mas e a CORRENTE CRÍTICA?  Qual é o seu conceito?

"Corrente Crítica é uma nova abordagem para gerenciamento de projetos, voltado para a administração de prazos e atividades, baseado na teoria das restrições (TOC). Atua na quebra dos paradigmas de que todo projeto atrasa e estoura no orçamento. Oferece novos métodos de estimativas de tempo, de enfoque de tarefas, de monitoração do projeto, de viabilidade econômica e de formação da rede de precedência. A rede de precedência é formada obecendo às restrições de tempo e recursos, sendo a corrente crítica a seqüência na qual não pode ocorrer nenhum atraso em nenhuma atividade, devendo ser priorizada na administração de tarefas. Para evitar os atrasos, esta seqüência é protegida por reservas chamadas "pulmões", tanto de recursos como de tempo. O projeto é protegido por um "pulmão de projeto". Para diversos projetos que utilizam o mesmo recurso, este é considerado como a primeira restrição, sendo protegido também pelo "pulmão de gargalo". Esta metodologia vem revolucionando o GP, atingindo como resultado final redução do tempo de desenvolvimento em de 20 a 50 %, além de manter o escopo e orçamento planejados. (GOLDRATT, A. Y. 1997. Corrente crítica. Trad. Thomas Corbett Neto. São Paulo: Nobel)."

O fator básico de distinção entre o Caminho Crítico e a Corrente Crítica é que a primeira considera as ligações entre atividades em função das precedências e a segunda, além de também considerar a rede de precedências, leva em consideração a disponibilidade ou restrição em recursos.

Nota: Se considerarmos a definição de caminho crítico do PMBOK, 3a edição, poderemos interpretar que o "verdadeiro caminho crítico" deveria sempre ser feito levando-se em consideração as atividades e recursos (task-critical-path e resource-critical-path). No entanto, o Método do Caminho Crítico popularizou a rede de precedências dando enfoque exclusivamente a rede de precedências e por isso hoje o termo "corrente crítica" torna-se necessário para identificarmos a importância dos recursos na definição de um cronograma.

Voltando ao nosso exemplo básico:

  • Com uma rede de precedências mas sem um calendário (datas) e sem a duração das atividades, não podemos identificar o caminho crítico.
  • Da mesma forma, sem identificarmos os RECURSOS (além das datas e durações), não podemos identificar a corrente crítica.

Vamos supor o uso dos seguintes recursos:

  • (A) = ANA
  • (B) = JOSÉ
  • (C) = ANA
  • (D) = JOSÉ

Quando colocamos nosso diagrama de redes dentro de um contexto de datas (calendário), a rede de atividades e suas durações passam então a refletir um cronograma de projeto, melhor visto sob a ótica do Gráfico de Gantt, mas agora temos CONFLITOS no uso dos recursos (em amarelo).

Embora o Método da Corrente Crítica tenha muitas outras diferenças em relação ao Método do Caminho Crítico, o que chamamos de Corrente Crítica aplicada ao cronograma é a resolução de um nivelamento entre os recursos disponíveis, levando-se em consideração durações e datas.

O problema aqui apresentado permite DUAS soluções com base a Corrente Crítica.

* Solução 1: Ana começa a atividade (A) e só depois faz a atividade (C). Temos uma folga (tempo livre) para ANA para a finalização da atividade (C)

* Solução 2: Ana começa pela atividade (C) e isso permite que José comece seu trabalho pela atividade (D). Este cronograma está otimizado de tal forma que não há folga em nenhuma das atividades e portanto todas elas pertencem à corrente crítica.

Conclusões:

  • A adoção de análise da corrente crítica em um projeto permite cronogramas mais realistas, visto que a adoção simples do Método do Caminho Crítico pode gerar cronogramas cuja realização dependerá de recursos duplicados em função de atividades concorrentes.
  • Um cronograma pode conter dezenas de atividades em sua corrente crítica e nem sempre somos capazes de antecipar a melhor organização entre atividades para otimizarmos os resultados de um projeto. Neste caso, a adoção de ferramentas especializadas em otimização de cronogramas, poderá permitir economias significativas para empresas que validem seu cronograma com base a restrições em seus projetos.

Espero que tenha gostado do conteúdo e que todos incitemos nossos gerentes de projeto a praticá-los no dia-a-dia-dos-cronogramas-apertados!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom . A corrente critica nos leva a refletir sobre aumentar a terceirizacao ou dispor de mais mdo afim, caso o prazo seja requisito fundamental.

Anônimo disse...

Adorei, só precisa aumentar a largura da página!! rs