domingo, 10 de janeiro de 2010

∴ As empresas precisam aprender a sonhar!!!∴

Inovação! Está aí uma palavra que é unanimidade. Nos discursos inflamados dos dirigentes de empresas, todos enaltecem a inovação como uma condição para a prosperidade. Entre o discurso e a prática, como bem sabemos, existe longa distância.
Primeiramente é preciso compreender que a inovação não se restringe apenas à produção de idéias. É o resultado final de um processo que culmina em um novo produto ou serviço, uma nova forma de vender ou comprar, novos procedimentos industriais ou administrativos etc.
Inovação remete a algo novo que consegue vencer as raias da imaginação e se transformar em algo concreto, palpável e, de preferência, lucrativo.
Se a sua empresa vive o lugar-comum e se repete a cada dia, é muito provável que tenha uma baixa capacidade de inovação. Também não confunda mania de copiar ou facilidade de improvisar com capacidade de inovar. Por essas e outras, podemos que inovação está mais
no discurso do que na prática.
Criatividade é o nome do processo que culmina na inovação. As empresas necessitam da criatividade assim como necessitaram, nas últimas décadas, da produtividade.
Uma empresa consegue ser mais produtiva apoiada nos sistemas técnicos: tecnologia industrial, recursos e insumos alternativos, sistemas de informações e normatização.
Criatividade, no entanto, é puro sistema humano. Depende fundamentalmente da imaginação e talento criativo das pessoas e que, de certa forma, se contrapõe à fórmula da produtividade.
Pense na criatividade como uma balança com dois pratos. Do lado direito coloque tudo aquilo que represente bloqueios ou cerceios à imaginação do lado esquerdo, coloque a curiosidade das pessoas. Faça isso tomando como base a empresa em que trabalha. Para que lado pende os pratos da balança?
Se os bloqueios vencem a curiosidade, então a capacidade inovadora da sua empresa está comprometida. Veja se essas frases lhes são familiares: "grande idéia, mas não é para nós", "coloque isso num papel", "não está no orçamento", isto não vale o trabalho que vai dar",
"não é a sua responsabilidade", "não é o meu departamento", "não seja ridículo", "nós sempre fizemos desse jeito", "estamos indo bem até aqui, para que mudar?", "não seja ridículo". Se você reler as frases com atenção, verificará subentendidas palavras como departamento, cargo, procedimento, hierarquia, comando, controle, padrões. São palavras típicas da era industrial e que, de certa forma, fomentaram a produtividade nas organizações. Se antes eram aliadas da produtividade, hoje são inimigas da criatividade.
No outro lado da balança está a curiosidade, a semente da criatividade. Toda a vez que o prato dos bloqueios aumenta de peso, a curiosidade perde a sua força. Os bloqueios são, portanto, oponentes da curiosidade. As pessoas têm pouca vontade de saber e de aprender quando tudo o que se espera delas é que façam e sigam as normas. O exercício de pensar fica para as horas vagas ou para os projetos extratrabalho.
Por outro lado, a curiosidade está lá na empresa e sempre esteve. As pessoas são naturalmente curiosas. A vontade de aprender e o desejo de descobrir novos mundos é parte integrante da natureza humana. Começou quando criança nos infindos por quês e continua fervilhando dentro de cada um de nós. Com a curiosidade aguçada é possível trilhar as outras etapas do processo de criatividade:

 

Informação

É preciso fazer do cérebro uma esponja e encharcá-lo com informações. O exercício de construção de cenários tem esse objetivo. Colher informações no macroambiente (econômico, social, político, cultural, ecológico, tecnológico, legal etc) e também no ambiente empresarial (fornecedores, concorrentes, clientes, investidores etc).
As informações nunca estiveram tão disponíveis. É preciso recolher o máximo de informações e promover situações de compartilhamento e discussão na empresa. A informação é geradora do conhecimento e o conhecimento, por sua vez, gera a compreensão. É disso que as mentes
necessitam para resolver problemas.

Inspiração

A informação é útil para o processo de solução de problemas e tomada de decisão, mas não garante, por si só, a inovação. Esta precisa da inspiração. Mas, para que haja inspiração, é preciso um motivo, uma paixão. Por falar em paixão, o que foi feito dela? Foi reduzida a números, metas e indicadores. O placar tomou o lugar da paixão. E aí está o ponto-chave: é preciso um propósito que desperte as paixões, caso contrário, inspirar-se com o que?


Iluminação

A curiosidade venceu os bloqueios, o cérebro está abastecido de informações e o coração está inspirado por uma paixão: o espaço está aberto à imaginação. Outros ingredientes são acrescentados nessa hora: a atenção, a intuição, a perseverança e a fé. A luz sempre esteve presente, mas agora possui condições para brilhar.


Inovação

As idéias precisam ser concretizadas e isso exige ousadia e determinação. Todos nós conhecemos inúmeras pessoas cheias de idéias, mas incapazes de transformá-las em empreendimentos, negócios, produtos e serviços. Inovar requer coragem e a vitória sobre o maior de todos os bloqueios: o medo.
Esse é o processo da criatividade que resulta na inovação. Institua-o em sua empresa. E não esqueça de recheá-lo com bons pensamentos. Lembre-se que bons pensamentos e ações só
podem produzir bons resultados. E muita inovação.


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Roberto Adami Tranjan.

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