A alguns dias escutei uma frase na aula de gestão de prazos que tive durante meu curso de pós em gestão de projetos na FIA: “você planeja seu projeto baseando-se nos recursos que você tem”.
Hoje o mundo está estrururado sobre o plano de Descartes (o plano cartesiano), um modelo limitado e restrito de entendimento. Não sou contra ele. Só acho que não precisamos parar por aqui. Tem muita coisa que pode ser aprendida ainda e muitos novos aspectos da complexidade da vida e das relações a serem descobertos e estudados.
A questão é: precisamos partir de algum ponto! Nossos projetos, empresas e mesmo nossa vida deve se estruturar sobre os recursos que temos e não sobre os que não temos. Será?
Como bom consultor respondo novamente: depende! Nossos pensamentos, criatividade e idéias são também entendidos como recursos ou não?
Se contamos com eles para criar o nosso propósito como um objetivo e o caminho até ele, não podemos “descartá-los”. Não podemos continuar a olhar pelas lentes do nosso amigo René.
As coisas não andam muito bem…esta certo, podemos até manter nossos trabalhos durante algum tempo, pagar nossas contas e até mesmo guardar algum dinheiro…mas o mundo não parece estar indo por um caminho sustentável. Ao mesmo tempo, acredito que nunca as pessoas se preocuparam tanto com a sustentabilidade dos sistemas humanos (de produção, comercialização, de governo, de gestão, de educação). Nunca na história chegamos a ter tanta informação a disposição. Sabemos que algo está errado, querermos mudar mas não sabemos por onde começar. Por enquanto a maioria parece estar anestesiada pela inércia do dia a dia. Alguns se rebelam internamente mas nada fazem. Poucos estudam ou propõem alternativas.
Para mudar a direção de um carro em movimento você não gira a roda ao contrário, mas sim gira o volante. O que nos falta para assumirmos o controle e a direção?
As certezas dos números só nos trouxeram dúvidas. Parece que quanto mais detalhamos um cronograma, mas ele se torna incerto. Talvez precisemos um pouco mais do subjetivismo da natureza ao invés do concreto do asfalto, dos intervalos ao invés das datas, das probabilidades ao invés da exatidão errática.
Mas sentar e chorar não resolve o problema. Precisamos pensar, simular e aprender, com a imaginação, com a intuição e com a experiência também. Não apenas refutar tudo que foi criado até hoje mas ampliar, evoluir, fazer diferente. Planejar com o que temos…com a vontade de fazer um mundo melhor.
Kleiton Kühn
kleitonkuhn@hotmail.com
http://kleitonkuhn.blogspot.com/
http://nrgconsultoria.com/
http://twitter.com/kleitonkuhn
Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade e compromisso com o meio ambiente.