Mostrando postagens com marcador comunicação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador comunicação. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 14 de abril de 2009

∴Uma Grande Obra na Empresa∴

Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada…

Esta é a história de uma casinha chamada EMPRESA. Nesta casa viviam alguns moradores. Em um quarto escuro desta casa vivia um CEGO.

O pior cego é aquele que não quer ver

O CEGO não sabia que existiam outros moradores nos demais cômodos da casa. Na verdade nem sabia que a casa tinha outros cômodos! Ele não via nada que acontecia ao seu redor pois seu quarto não tinha luz alguma.

Para não se machucar ele vivia deitado em sua cama no cantinho do seu quarto e não levantava para nada. Para ele estava tudo bem…afinal nada o podia perturbar alí: sentia—se seguro e livre de qualquer conhecimento ou erro.

O problema é que o cego passou a sentir uma IRA inexplicável que se transformou em angústia. Ao mesmo tempo, sentia um medo e uma ansiedade estranha mas não deixava sua PREGUIÇA de lado e continuava em sua cama.

Certo dia sentiu uma dor em seu peito quando respirava e motivado por esta dor (que mais parecia um vazio em seu coração) começou então a tatear ao seu redor, buscando encontrar alguma coisa que pudesse alterar estes efeitos indesejáveis e tateando uma das paredes do seu quarto ele percebeu um buraquinho pelo qual entrava um pouco de claridade. A luz que entrava batia direto no seu umbigo, e então o “CEGO” (que de cego não tinha nada) passou a enxergar o “SEU EGO”.

O EGO DIRETOR

O Seu Ego, por sua vez só via seu próprio umbigo. Admirava-o com uma VAIDADE sem igual. Ele percebeu que o CEGO sabia que ele existia e que estava no mesmo quarto que ele e por isso o Seu Ego passou a esconder toda a sua comida de forma AVARENTA e a comê-la com uma tremenda GULA.

O Seu Ego percebeu que a cama do seu colega era maior e mais macia, e sentiu INVEJA dele. Por isso passou a esnobar o CEGO e usava sempre suas melhores roupas e jóias com atitude de LUXÚRIA.

Certo dia eles escutaram algumas vozes do lado de fora do quarto e o Seu Ego (sempre dono de tudo e super autoritário) quis ver o que estava acontecendo lá fora e espiou pelo buraco na parede.

Ele viu várias pessoas que trabalhavam sem parar com semblantes insatisfeitos. O Seu Ego percebeu um cara que se chamava TODOS, um outro que se chamava NINGUÉM e um terceiro se chamava ALGUÉM. Viu que TODOS “reclamavam”, NINGUÉM os ouvia e ALGUÉM trabalhava. Ele então começou a perguntar por esta fenda na parede o porque de tanta insatisfação. E TODOS no outro quarto falaram (sem saber com quem estavam falando) e diziam que toda aquela lamentação era por causa dele (seu Ego – dono daquela casa) pois ele nunca os escutava.

Seu Ego teve uma brilhante idéia:

“- Eles não sabem que eu os escuto então posso decidir sozinho aqui no quarto o que fazer: se eu finjo que não escuto estas reclamações (e deixo que continuem fazendo suas tarefas) ou se eu mostro a eles que os escuto e respondo colocando toda a culpa sobre eles mesmos. Sempre que escutá-los vou fingir que eu sou NINGUÉM!”.

Segundo TODOS, o Ego só conversava com as pessoas da sala em dois momentos: quando os contratava e quando os demitia.

Passaram-se vários anos e o EGO sempre decidia entre uma das duas posições acima mantendo a comunicação entre eles inadequada e inconsistente, fingindo ser NINGUÉM.

Cansado de escutar sempre uma ladainha de fundo lá de dentro do seu quarto, o EGO decidiu mudar de tática. Na verdade estava pensando apenas NELE MESMO já que não aguentava de dor de cabeça por aquele discurso de TODOS que estava aumentando cada dia. Decidiu então se colocar num outro canto do quarto, bem longe do quarto das vozes. Subiu no armário e ficou perto do teto bem em silêncio tapando os ouvidos.

O CONSELHEIRO E COACH

Mal sabia o EGO que ele havia se aproximado de um outro quarto. O morador deste outro quarto chamava-se Sr. Elf (Self para os íntimos). O Self era um Senhor muito jovial e sábio que morava no quarto ao lado no andar de cima. Ele era o CONSELHEIRO E COACH da empresa. Este quarto era totalmente iluminado e de lá o Self conseguia observar a tudo e a todos. Ele só não conseguia agir pois era paralítico de nascença. Não conseguia fazer nada, só falar em tom baixo e por isso só podia ser ouvido quando imperasse o silêncio.

A casa caiu!!

Quando o EGO aproximou-se do SELF este lhe disse:

“Amigo, temos que trabalhar em conjunto! Esta casa está desmoronando!! E não teremos mais como viver se não trabalharmos juntos e colocarmos em prática a obra que o Grande Arquiteto me orientou realizar!

O Ego escutando o Self entendeu que ele era o responsável por agir e então, depois de uma longa conversa com o Self sobre sua missão, sobre qual era o propósito daquela obra, ele decidiu assumir sua responsabilidade. Primeiro precisava aumentar o conhecimento de si mesmo: entender seu propósito e seus valores e depois só faltaria compartilhar esta visão com ALGUÉM do outro quarto.

Depois de passar longos momentos em meditação junto com o Self chegou a hora de agir, então o Ego certo dia levantou de sopetão e falou a TODOS no quarto ao lado:

“Bom pessoal, percebi finalmente que temos muitos problemas aqui…mas eu daqui de dentro não consigo enxergar a estrutura desta casa e por isso preciso que vocês aí fora me falem o que julgam necessário que seja realizado! Por favor escrevam em papeizinhos e coloquem aqui debaixo da porta para eu poder ler e decidir o que fazer.

No começo NINGUÉM quis escrever nada pois estavam com medo de ser mais uma estratégia para o diretor EGO tirar vantagem dele e por fim demití-lo.

Mas logo ALGUÉM (um garoto que era o office boy – e fazia de tudo – e que era tratado como um “bobo da corte” por ser desmemoriado) se ajoelhou humildemente aos pés da porta e passou o primeiro bilhete com uma mensagem simples e sincera que dizia:

“Queremos conhecê-lo!”

“E para isto talvez tenha que ser criado um novo cômodo, que não seja este meu quarto íntimo nem este quarto onde TODOS trabalham” pensou o EGO.

Ao ler o bilhete o Ego ficou em silêncio e então o Self falou que o garoto tinha razão. Aliás, enfim ALGUÉM tinha não só RAZÃO mas também CORAÇÃO (só não tinha memória!).

O Ego então, ainda lá de dentro do quarto gritou:

- “Precisamos construir uma sala de ESTAR!”

E os funcionários gritaram de volta - "É pra já!!!!”

O Ego teve uma breve reflexão:

-“ALGUÉM deve ter escrito em nome de TODOS mas possivelmente se fossem questionados diriam que NINGUÉM escreveu!”

As Portas da Percepção

Em pouco tempo a sala estava pronta e então o Ego pensou consigo mesmo:

”Como vou sair daqui? Este quarto está trancado!” e ao encostar na porta através da sua percepção sentiu que a CHAVE ESTAVA DENTRO DO SEU CORAÇÃO. Foi só usá-la e a porta se abriu. Bastou uma atitude interior do EGO para que tudo se transformasse e as portas da percepção se abrissem.

A sala havia sido construída no andar logo abaixo ao quarto do Self e por isso ele também pode participar da reunião só olhando e sorrindo lá de cima, auxiliando que ficasse em silêncio para escutá-lo.

Na sala de estar foram apresentadas pelo EGO (sob a supervisão do SELF) todas a propostas e planos de trabalho. Ele sugeria uma gestão participativa e convidou a todos para serem seus sócios e assim garantirem sua participação nos lucros. O intuito era (em última análise) realizar aquela Grande Obra que o Arquiteto havia desenhado (com seu esquadro e compasso muito antes de haver sido inventado o autocad).

Como cada um individualmente havia aprendido uma grande lição, cada um deles recebeu uma promoção. O Self passou a ser um Arquiteto, o EGO virou o Self, TODOS se transformaram em Pessoas com EGOS próprios e auto-estima.

ALGUÉM deixou de centralizar tudo e a partir de então TODOS trabalharam juntos. ALGUÉM também continuou trabalhando lá mas ficou responsável por guardar a chave que abria todas as portas. Ele a guardou no seu próprio coração (por recomendação do Self), mas sem NINGUÉM saber, ALGUÉM guardou uma cópia da chave no coração de TODOS.

Moral da História

TODOS tem a chave para resolver qualquer problema e abrir qualquer porta, mas apenas ALGUÉM que se responsabilize realmente sabe disso.

Como ALGUÉM era o mensageiro, passou a ser respeitado e valorizado, e sua missão passou a ser esta: continuar compartilhando as informações sobre a Obra do Grande Arquiteto com todos que pudessem (ou quisessem) conhecer o nome daquela chave. Ele está morando na EMPRESA ainda, mas NINGUÉM sabe quem ele é.

E se VOCÊ FOR ESTE ALGUÉM ESPERO QUE SE LEMBRE QUE O NOME DA CHAVE É AMOR E CONTINUE O SEU TRABALHO SERVINDO E AUXILIANDO A TODOS!

.

.

.

Ah…é claro: NINGUÉM saiu da empresa!!

Kleiton Kühn

terça-feira, 17 de março de 2009

∴Um mergulho na comunicação∴

Há algum tempo atrás participei da implantação do ERP na maior distribuidora do Espírito Santo e em uma das reuniões sobre o status e a posição das pendências conversando com o executivo principal da empresa escutei a seguinte frase que realmente me marcou:

“Responsabilidade não se delega!”

Entendi num primeiro momento que eu deveria ter feito algo errado (ou poderia ter me omitido em algum momento), mas pelo contrário, ele estava assumindo que não havia gerenciado sua equipe de forma adequada e que não havia realizado uma comunicação efetiva. Tinha simplesmente aceitado unilateralmente que a pessoa que ele escolheu para centralizar as questões referentes ao projeto tinha entendido sua missão e a necessidade de concentração e comprometimento com os prazos.

A primeira coisa que me chamou a atenção foi o fato dele se colocar como protagonista responsável pela causa e (conseqüentemente) solução do problema.

A segunda foi o fato dele em questão de segundos chegar a esta conclusão: "Cometi uma falha de comunicação!"

Realmente admirei a postura dele como líder.

Alguém que assuma funções de liderança e que não se comunica adequadamente com as pessoas está literalmente, dando um tiro no próprio pé. Está estrangulando sua organização que estará fadada a convulsões ou a morte.

Já vivenciei situações nas quais os gerentes de projeto procuram apenas se salvaguardar. Esta postura é muito comum, infelizmente. A pessoa que deveria ser o líder responsável por gerar engajamento e produtividade é simplesmente um cobrador de tarefas que fica passando a batata quente de uma mão para a outra (pois na dele nunca está!).

Em última instância, pode até enviar e-mails para RESSALVAR-SE de eventuais falhas e faltas de execuções de tarefas pendências (como é a prática comum ultimamente nas empresas), mas infelizmente isto não impede de seu projeto atrasar, gerar mais custos e não ser executado efetivamente.

O pior de tudo é que em muitos casos existe uma complacência ou mesmo uma aceitação de que a responsabilidade não seria dele.

A onda da comunicação

Este mês a palavra que não me sai da cabeça é comunicação. Ela é a grande chave para resolver diversas mazelas do nosso dia-a-dia. Estou constatando que, ao contrário do que pensamos, os problemas não são os nossos relacionamentos afetivos, profissionais ou familiares, mas sim o nível de comunicação que mantemos neles.

Se meditarmos descobriremos que o problema é a falta de comunicação nestes relacionamentos (ou melhor, a falta de efetividade na comunicação).

No fim de semana passado fui à Ilha Bela e fiz uma das melhores aquisições dos últimos tempos: comprei um kit de mergulho contendo uma máscara de mergulho, um snorkel e nadadeiras (porque quem tem pé de pato é o pato!!). Descobri um novo mundo imenso de vida e beleza embaixo da água do mar. Diversas espécies de peixes de diversos tamanhos passeavam entre os corais e pedras sobre a imensidão do fundo azul. (Até uma tartaruga eu vi!! Foi realmente muito emocionante!)

Em certo momento me deparei com um cardume de sardinhas (creio eu) que reluziam de forma quase psicodélica na minha frente, cerca de um metro apenas abaixo do espelho d’água. Era interessante perceber o reflexo dos movimentos dos peixes no cardume que se moviam sincronicamente.

Parecia às vezes que tinha vida própria aquele coletivo!

Que era o próprio cardume uma espécie de ser vivo! E acho realmente que era mesmo, assim como as nossas organizações e empresas, só que não como aquela visão manipulativa, unilateral e autoritária de corpo indivisível, mas sim como uma estrutura dissipativa formada por autômatos vivos em autopoiese (auto-organização).

Fiquei pensando depois sobre as imagens que tinha visto e comecei a devanear sobre a possibilidade da existência de algum tipo de comunicação entre aqueles peixes. Será? Será que os peixes estavam se comunicando? Existia algum tipo de comunicação entre eles para decidir para que lado virar ou apenas um reflexo simultâneo em todos os membros do grupo devido?

Comunicação e Ação Comum

A resposta das perguntas acima é: Sim! Os peixes estavam se comunicando! Porque eles apresentavam os requisitos básicos para que este evento ocorresse: eles estavam em um ambiente social e coletivo agindo de forma comum (realizavam uma Comum Ação).

Os peixes se comunicam. E como pareceu perfeita aquela comunicação!! Aquele balé sub-aquático!! Mais uma vez testemunhei e entendi que para haver comunicação não são necessárias palavras!! Mas é claro, com as palavras parece ser mais fácil. Será?

Nós humanos

Temos como espécie este tremendo dom de gerarmos todo o tipo de conflito e desacordos. Conseguimos dar nós em pingos d’água. É claro que também realizamos coisas nobres, mas somos peritos em bagunçar as coisas às vezes.

Ouvi uma história certa vez sobre como a humanidade correu o risco de desaparecer da face da Terra por causa de uma falha de comunicação. Durante a guerra fria algum evento entre URSS e USA ocorreu e fez com que o outro país reagisse da forma mais defensiva possível: preparando-se para atacar!! E assim foi até que estivessem várias bombas nucleares (pelo menos uma dúzia delas) apontadas umas para um lado e outras para o outro.

Por sorte nossa, um lampejo de iluminação ocorreu em um dos presidentes que simplesmente ligou para o outro. Tiveram um diálogo mais ou menos assim:

- “Ei, vocês aí estão se preparando para nos atacar?”

- “Não que eu saiba ou tenha mandado!”.

- “Há bom! Então tivemos um problema de comunicação. Vou mandar meus militares relaxarem, ok?!”.

- “Ok! Vou fazer o mesmo! Abraço!”

Ironicamente uma ação comum entre os dois países quase ocorreu por uma falha de comunicação (ou interpretação dos fatos).

Não podemos pressupor nada! Nada que foi dito deve ser aceito como entendido até certificarmo-nos que entendemos de forma adequada realmente.

Alguém que fala alguma coisa, fala utilizando a sua vivência, o seu linguajar, seu sotaque e vocabulário. Omitir-se a esta verificação de efetividade da comunicação é se permitir a possibilidade de que algo sai errado.

“O conhecimento leva à União. A ignorância leva à dispersão”.

Pode ser que Ramakrishna (o célebre Mestre Hindu de Yoga) estivesse apenas meditando sobre o comportamento dos peixes. Ou ele pode ter ido além e entendido uma importante lei Universal.

Fato é que muito tempo o homem conhece a importância da comunicação para unir e dispersar forças.

A máxima militar “Dividir para vencer” é uma pérola a ser analisada. Implicitamente está dito “Juntos venceremos” e ao mesmo tempo em que alinha o comportamento e a estratégia que deve ser tomada para a vitória pelo exército que a tem como conduta, determina a forma com a qual o inimigo será derrotado.

O contexto é militar, e por isso regido por um contexto de escassez. Não existe espaço para a abundância neste contexto. E para mim, o mercado tem infinitas oportunidades. Basta que ocorra a comunicação!!! Comunicação entre as pessoas que fazem parte da equipe, entre estes e os clientes e fornecedores, e governo, etc.

Estamos chegando ao fim da era do poder centralizado, da manipulação e da influência autoritária sobre as pessoas. Estamos transcendendo este paradigma como sociedade e como organismo social vivo. Precisamos urgentemente implementar formas de gestão participativa, pois só nestes ambientes conseguimos realizar a comunicação que gera resultados e felicidade.

E como sabemos FELICIDADE não é nada mais do que o efeito da auto-realização. Ora, somos muito mais que meros autômatos mecânicos. Temos auto-consciência e a certeza da morte. Somos serem impermanentes e transformadores. Temos nossas emoções que dão o colorido aos nossos dias e também a razão que pode servir de ferramenta para nossas tarefas...

Temos nossos valores e propósitos, então o que nos falta para começarmos a vivê-los? Talvez tenhamos que mergulhar de cabeça na comunicação!!!

Kleiton Kühn

quinta-feira, 5 de março de 2009

∴O Teatro dos Negócios∴

dia 17 de fevereiro de 2009 tive uma experiência que mexeu minha cabeça.

Convidado por um grande amigo e ex-colega de trabalho fui fazer

uma aula experimental de TEATRO!! A noite foi muito divertida. Valeu mesmo! As pessoas bacanas com um super alto-astral e sentimento de camaradagem como há algum tempo não via. Você poderia ver uma imensa diversidade de perfis.

As diferenças eram gritantes e ao mesmo tempo complementares.

realizamos exercícios em grupo de movimentação espacial (para que cada um no grupo se deslocasse e encontrasse os espaços a serem preenchidos pelo grupo, além de improvisos propostos pelo diretor Deto Montenegro (irmão do cantor e compositor Osvaldo Montenegro). Primeiro o diretor andarmos pelo palco e ocuparmos os espaços. Mandava o grupo se posicionar formando um “T” dentro de um curtíssimo período de tempo (em 8 segundos) e todos os membros do grupo sem falar uma só palavra ou combinar algo se ajeitavam em formato de “T”. O diretor mandava andarmos em duplas em 4 segundos e lá estavam todos andando em duplas. Mandava mudar de dupla, andar em trios e vários outros movimentos e o grupo seguia suas coordenadas.

Não nos falávamos mas nos comunicávamos muito bem!

Os exercícios de aquecimento geravam comprometimento e engajamento de cada pessoa que ali estava. Cada um estava lá por alguma razão ou propósito distinto, mas todos juntos realizavam o “trabalho” que deveria ser feito da melhor forma possível.

depois destes exercícios de aquecimento, fizemos um interessante chamado “fotografia” no qual o foco não era o movimento mas sim a imobilidade. Ele propunha um Black out na iluminação e com uma trilha sonora inspiradora cada membro do grupo realizava uma posição (como se estivesse numa foto). Aos poucos um foco de luz iluminava em fade in o ambiente e expunha as expressões de cada um dos artistas amadores.

Não tenho como descrever como este exercício é interessante de ser visto e realizado.

Dependendo da música as respostas são diversas. É muito interessante ver o que cada um tenta transmitir (o que a música gerou em cada um).

entre um exercício e outro, o diretor soltava algumas pedras filosóficas ao grupo. Questões como criatividade, originalidade, espontaneidade nas “respostas” intuitivas (que deviam ser rápida em não pensada) eram analisados.

A ATITUDE DE DECIDIR ERA RESSALTADA.

“Errar é natural, todo mundo erra! Mas se você errar, erre com estilo! O público não estava no ensaio! O público não sabe se que você errou a não ser pela sua cara de boboca, pela falta de reação! Se errar finja que não é um erro e que aquela situação foi proposital! Assuma o controle da situação e tenha atitude original. Só assim o erro pode se transformar em aplauso!”

Diversas pérolas e insights me foram entregues naquela noite, pois eu estava disposto a aprender e com todos os meus canais perceptivos abertos para captar os ensinamentos das situações novas (que muitas vezes já havia vivido antes).

na verdade foi este o principal insight da noite e que me gerou uma certa confusão:

“eu costumo encenar muito mais do que eu imagino”.

Durante os exercícios estávamos conscientes que estávamos representando. Sabíamos que tudo era um faz de conta impermanente e que as regras mudariam de uma hora para outra sem prévio aviso. Estamos sabendo que precisaríamos representar qualquer coisa, pessoa ou situação (muitas vezes de improviso). E neste caso não haveria erro, mas sim uma atitude de resposta. Estaríamos preparados para o inesperado.

Nada diferente do mundo dos negócios.

no nosso trabalho do dia-a-dia muitas vezes é da mesma forma, os mercados mudam suas tendências, os clientes descobrem novas tecnologias e geram novas demandas, as equipes enfrentam novos obstáculos que até então não esperavam.

Precisamos neste caso estarmos conscientes para o principio da IMPREVISIBILIDADE.

Estruturamos nossas ações sobre previsões, mas não podemos esquecer que previsões não são exatas e podem não se concretizar.

Outra questão que me veio à consciência é que também no trabalho do dia-a-dia representamos muitas vezes e encenamos diversas situações. Fingimos ser mais sérios quando queremos impor respeito, mais amistosos quando queremos cativar clientes, mais amigáveis quando precisamos de auxílio. Estamos muitas vezes representando, só que com uma básica diferença:

Nem sempre temos esta consciência!

fazemos coisas muitas vezes por reflexos condicionados que não representam nossa verdadeira identidade. No dia seguinte à experiência teatral por algumas vezes me deparei refletindo no quanto eu estava encenando durante o meu trabalho. Constatei que era eu não sou eu mesmo no trabalho. Se algum amigo meu ou parente me visse trabalhando acho que ia se espantar ou estranhar com a pessoa que eles veriam.

A experiência valeu para (no mínimo) levantar algumas necessidades minhas: tenho que aprender a ser mais verdadeiro e coerente no trabalho. Não somente ficar consciente da encenação, mas deixar de encenar. Quero me sentir íntegro e sincero.

Mais uma vez valeu pela oportunidade!!!

E já aproveitando para comunicar ao meu grande amigo que mora lá no alto da montanha:

iNVENTANDO NOVAS “CILADAS” DESTE TIPO, PODEM ME CONVIDAR!!!

Kleiton Kühn